O dia 19 deste mês, aniversário do eterno Manuel Bandeira, será lembrado pela Academia Brasileira de Letras de uma forma especial e ímpar. A partir das 17h, a instituição em parceria com a Prefeitura do Rio vai inaugurar uma escultura do poeta na praça formada pela interseção da Rua Santa Luzia com Av. Presidente Wilson. A obra é do artista plástico Otto Dumovich e foi oferecida à ABL pelo prefeito Cesar Maia.

Após a cerimônia, a Academia abrirá a exposição Bandeira o tempo inteiro no Palácio Austregésilo de Athayde (Av. Presidente Wilson, 231 - Castelo) em homenagem ao centenário do autor de "A Cinza das Horas".

Bandeira o tempo inteiro...

Com a concepção espacial e montagem de Graça Coutinho, o conceito da exposição foi baseado no rio metafórico, o Capibaribe / Capiberibe da infância do autor e o próprio rio temporal de sua vida.

Os visitantes poderão acompanhar a trajetória biográfica e lírica de Manuel Bandeira através de centenas de fotos. No meio desse percurso, um valioso conjunto bibliográfico e documental do poeta - primeiras edições, manuscritos de poemas, cartas, desenhos, objetos, pinturas e relíquias pessoais da sua vida - em sua grande maioria nunca antes exibidos. A curadoria é de Alexei Bueno.

...E sempre

Por condenar a rigidez formal do Parnasianismo, estilo literário dominante na época, escreveu o polêmico poema "Os Sapos". A sátira foi lida por Ronald de Carvalho na Semana de Arte Moderna em São Paulo e vaiada pelo público na segunda noite do acontecimento. Segundo Mário de Andrade, Bandeira era "O São João Batista do Modernismo".

Seu pai queria que fosse arquiteto, mas Manuel Bandeira preferiu ser imortal. O pernambucano que "se refugiou em Pasárgada porque era amigo do rei", foi recebido na Academia Brasileira de Letras em 30 de novembro de 1940.