Os 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa faz com que a ABL mergulhe em uma sensação de nostalgia e orgulho. Fundadores da Academia Brasileira de Letras , Rui Barbosa , José do Patrocínio , Olavo Bilac , Domício da Gama e Machado de Assis já manifestavam opiniões políticas e faziam críticas sociais nos jornais da época.
De 1897 até 2008, a relação entre os jornalistas e a Academia cresceu, e ficou mais intensa. Nomes como Barbosa Lima Sobrinho e Roberto Marinho figuram nos anais das duas instituições.
Para homeagear todos os profissionais da informação que escreveram e mantêm a história, a ABL realiza no dia 3, às 17h30, no Salão Nobre do Petit Trianon, uma Sessão Solene para comemorar o Centenário da ABI . Na Programação, palestras com Moacir Pereira, Fernando Segismundo, Cícero Sandroni e Murilo Melo Filho .
ABL & ABI
O atual presidente da ABL é o jornalista e escritor Cícero Sandroni. Durante a solenidade, o acadêmico dará um depoimento sobre Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho. Presidente da Academia (1953/1954) e da Associação (1926-1927, 1930-1932 e 1978-2000), Barbosa Lima Sobrinho foi o responsável direto pelo pedido da abertura do impeachment de Fernando Collor de Mello e o primeiro orador inscrito para defender o processo.
Em recente entrevista, Sandroni revelou sua admiração pelo mestre. "Tive no Doutor Barbosa uma pessoa com quem a conversa era sempre proveitosa. Ele tinha uma capacidade de ouvir e também de convencer os que discordavam dele sem se exaltar" .
Na Academia Brasileira de Letras, Cícero Sandroni ocupa a mesma Cadeira que um dia foi de Barbosa Lima Sobrinho, e pertenceu ao Conselho da Associação Brasileira de Imprensa por quase 30 anos.
Também no dia 3, a Academia Brasileira de Letras está dedicada ao jornalismo brasileiro. Logo após a homenagem aos 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa, o presidente e jornalista Cícero Sandroni lança 180 anos do Jornal do Commercio - 1827-2007 de D. Pedro I a Luiz Inácio Lula da Silva .
A obra conta a trajetória do jornal mais antigo da América Latina em seguir o propósito de fazer imprensa livre. Para analisar as mais de 65 mil edições do JC, Sandroni pesquisou na Biblioteca Nacional, no acervo do jornal, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Sandroni e JC
A relação entre Cícero Sandroni e o Jornal do Commercio vem de longa data. O acadêmico teve duas passagens pela redação. Uma em 95 e 96, na gestão de Nilo Dante, e a outra em 2001, como diretor-adjunto.
Em 2003, enquanto pesquisava um verbete para o "Dicionário Histórico-Bibliográfico de 1930 aos dias atuais", solicitado pela Fundação Getúlio Vargas, se aprofundou na história do JC e o resultado acabou sendo publicado pela Quorum Editora.