Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em
agosto de 2001
Nada me comove
Nada me comove, nenhuma dor suplanta
o gesto farto de carícias indizíveis,
pleno de amor e mesmo assim sujeito
ao desamor do outro.
[amor, sujeito decomposto].
Nada me comove
mais que o grito rouco
sufocado na garganta.
Nada me aborrece
mais, que gestos de amor pouco
desperdiçado em carícias falsas,
que, para mim, sentimento pouco,
regrado e medido
é puro desperdício.
Quero e desejo sempre amores fartos,
sentimento louco.
Nada me comove
mais, que amor desperdiçado em pranto.
Nada me comove mais
nem me entristece tanto.
Maria Esther Torinho
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