Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em  maio de 2001





- Pô, mãe, que mesada "merreca"...
- Mãe, empresta a sandália nova? já peguei, viu?
- Manhê! você não esqueceu que dia 21 é meu aniversário, né?
- Mãe? você não me compreende mesmo...
- Manhê!!!
- Mãe?!?
- Mãeeeeeeeee!
- Chega!!! Pára!!! renuncio ao cargo... juro a vocês que se ousarem pronunciar a palavra "Mãe" nos próximos 10 minutos, cometo um atentado. Nem mais um pio!!!
- Piu...
Mãe é isso. Pau pra toda obra, colo pra ninar filho pequeno e embalar "meninice" de filho grande. Ombro pra agüentar o peso da dor, boca pra encher filho de beijo, boca pra mandar filho calar a boca, braço pra carregar filho doente, coração pra receber filho de volta.
Mãe é caso de amor resolvido. Com mãe não se discute a relação, nem se questiona o fim. É amor, e pronto! que não vai embora, nem se teme perder. Mãe é caso de amor muito sério.
Mãe não tem filho bandido; tem filho injustiçado.
Mãe não tem filho vagabundo; tem filho incompreendido.
Mãe nem sexo tem; é santa.
Mãe que é mãe, não se faz de rogada, arma confusão se souber que o filho foi rejeitado pelo time de futebol.
Mãe que é mãe, anda sempre prevenida; leva na bolsa um lencinho quando vai às festas da escola do filho.
Mãe que é mãe tolera tudo; tapa na cara, pancada e grosseria, se isso for necessário para defender a cria.
Mãe que é mãe fica escondida atrás da cortina esperando a filha retornar da noitada.
Mãe não dorme, gente. Mãe cochila, morta de medo de perder o suspiro do filho.
Para a mãe não existe dia, noite e céu estrelado, se não enxergar nos olhos do filho toda a felicidade do mundo.
Mãe diz coisas óbvias, filho ri, acha careta, torce o nariz, deixa passar... mas lá no fundo, bem que gosta.
Às minhas amigas, mães como eu, meu carinho e amor.
Aos meus amigos, papais, a minha admiração.

Mariza Lourenço

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