Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em
novembro de 2001
A Razão e a Fé
Definições
Segundo o Mestre Aurélio Buarque de Holanda Ferreira,
uma das definições de
Lógica diz que é o conjunto de estudos que visam
a determinar os processos
intelectuais que são condição geral do conhecimento
verdadeiro.
De acordo com o mesmo autor, Ciência é o conjunto
organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto,
especialmente os obtidos mediante a observação,
a experiência dos fatos e um método próprio.
Finalmente, ainda segundo Aurélio, Fé é
a adesão e anuência pessoal a Deus, seus desígnios
e manifestações. É o conjunto de dogmas e
doutrina que constituem um culto.
Após essas três definições, através
da observação cientifica e de sua aplicação
lógica, tentarei demonstrar a racionalização
da fé aplicada a um fato concreto.
O fato concreto
Em 18 de junho de 1994 morreu meu irmão, vitimado por
câncer e tinha 10 anos
a menos que eu. Hoje tenho 47 anos de idade.
Tínhamos um pacto. Aquele que antes morresse voltaria
para contar como é a vida após a morte.
Alguns meses depois, no dia de finados, por volta das 10 horas
da manhã, após ter praticado minha caminhada matinal
como é de costume há vários anos, senti uma
profunda necessidade de repousar.
Deitei-me e após alguns minutos, provavelmente com meu
cérebro em freqüência mais lenta e ao atingir
o nível Theta, senti a presença de meu irmão
e um abraço que na época decodifiquei como sua alma
abraçando a minha.
A felicidade foi tamanha que se tornou indescritível para
terceiros, como hoje também já o é para mim.
Só me lembro que a senti imensamente.
Em seu contato, entendi que me convidou para ir conhecer onde
estava em sua nova realidade. Conhecer sua moradia. Visitar sua
casa, conforme havíamos combinado.
Algumas noites depois, ainda guardando aquela sensação
de felicidade universal, realizei uma viagem astral - talvez com
meu cérebro também em freqüência Theta
- e fui conhecer o lugar onde meu irmão estava.
Lá chegando, vi que era um lugar comum, como conhecemos
em nossa realidade, com algumas casas ao longe e uma estrada de
terra batida cortando um imenso
gramado.
Alguns casais passeavam de mãos dadas, enquanto outras
pessoas simplesmente
conversavam à sombra de copadas árvores. Lembro-me
que estavam todos vestidos normalmente como nós nos vestimos
por aqui.
Avistei uma moça que aparentava uns trinta anos de idade
e que sorriu ao me ver. Fui em sua direção e perguntei
se meu irmão ali estava.
Ela me informou que ele estava apresentando um programa de televisão
e que não poderia me receber naquele momento.
Atacado pela curiosidade, indaguei da bela jovem se ele poderia
fazer aquilo. Isto é, ser apresentador de um programa de
televisão. Ela respondeu com um sorriso quase infantil:
__"Claro que sim. Aqui você pode ser e fazer o que
quiser. Para cada vontade uma nova dimensão se abre e seu
desejo se realizará, bem como o de outra pessoa, e de mais
outra e assim por diante."
Perguntei então das responsabilidades nas relações
humanas, bem como sobre o
efeito de alguma atitude que viesse a causar algum mal a alguém.
Perguntei sobre remorso e culpa.
Ela educadamente e com singeleza angelical me respondeu que nada
disso existia ali na forma absoluta. Tudo era relativo. Existia
o que existia de acordo com o desejo de cada um. Se quisesse culpa,
então haveria culpa. Se quisesse felicidade, haveria felicidade.
Se quisesse o inferno, ali o seria. Bem como o céu, já
que apenas haveria a satisfação de um desejo individual.
Existiam infinitas dimensões de acordo com a vontade de
cada um. Na verdade, de acordo com a evolução e
sintonia universal de cada um. Naquele momento compreendi as palavras
de Cristo: "Na casa de meu pai há muitas moradas".
Tempo real e Tempo imaginário
Um dos maiores cientistas da atualidade, o físico Stefhen
Hawking em suas obras "Uma Breve História do Tempo"
e "O Universo Numa Casca de Noz", demonstra de forma
inequívoca através de sua Teoria Quântica
a idéia de
tempo imaginário. Segundo o cientista, de acordo com a
filosofia positivista da qual é um dos defensores e através
de demonstração matemática, podemos entender
que tempo imaginário é aquele que se encontra em
eixo perpendicular ao tempo real e o
encontro dos dois denomina-se tempo zero.
Havendo também, os mesmos tempos nas formas negativas,
como qualquer encontro entre dois eixos perpendiculares entre
si num diagrama qualquer, nas divisões anteriores ao zero
que é o cruzamento dos eixos.
Ainda, de acordo com o renomado físico, um modelo matemático
envolvendo o tempo imaginário prevê não apenas
efeitos que já observamos, mas também efeitos que
não conseguimos medir, porém nos quais acreditamos
por outros motivos (sic).
Desta maneira, sendo o tempo relativo, fica difícil a
percepção do que é real ou do que é
imaginário, já que a distinção encontra-se
apenas em nossa mente (sic).
Para melhor entendimento, tomam-se dois eixos cartesianos estendendo-se
ao
infinito e perpendiculares entre si. O vertical representa o tempo
imaginário e o horizontal o tempo real, com o cruzamento
representando o tempo zero, como alhures mencionado.
Entre os ângulos retos formados em cada quadrante do citado
gráfico de tempo, teremos tantas divisões quantas
forem necessárias para nosso entendimento de causa e efeito
entre tempo real e tempo imaginário.
Quando temos a interação entre um momento no tempo
real com outro momento no
tempo imaginário, tempos a projeção cartesiana
desses dois momentos que refletem tal acontecimento noutra dimensão
de tempo e espaço, já que são desassociáveis,
conjuntamente com a velocidade.
A racionalização da fé
Quando tive o encontro com meu irmão que na época
decodifiquei como um abraço de almas, na verdade foi um
encontro cartesiano resultante de dois momentos de tempo.
Eu estava na história de tempo real, enquanto meu irmão
na história de tempo imaginário. Nosso encontro
foi o resultante cartesiano desses dois momentos e que se deu
nessa outra dimensão de tempo e espaço.
Como os eixos de tempo na verdade são como cordas de violino,
isto é, vibram por si só, de acordo com Stefhen
Hawking, nossos encontros vibraram pelas nossas próprias
existências em tempos perpendiculares. Por isso a magnitude
de felicidade universal.
Igualmente é a explicação para a visita
que fiz ao seu mundo. Na verdade também foi resultante
de um encontro cartesiano entre dois tempos: o real e o imaginário.
Por isso a existência de infinitas dimensões que
são as resultantes cartesianas formadas em cada um dos
quadrantes dos eixos de tempo.
Conclusão
O encontro com meu irmão aconteceu, de fato, dentro do
tempo real da minha vida e história pessoal. As deduções
matemáticas sobre o tempo fazem parte Da Teoria Quântica
de Stefhen Hawkin. Logo, minha experiência é verdadeira
e provada cientificamente.
Assim sendo, a racionalização da fé é
possível, já que tudo é relativo. Até
nossa existência nesse tempo e espaço.
Recomendação: Não deixem de ler "O
Universo Numa Casca de Noz" do citado autor.
Douglas Mondo
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