A Rainha e Eu

A nossa elite pensante não pensa. Posiciona-se a favor ou contra.

É inteligente ter uma posição assumida. Estar do lado esquerdo ou do lado direito do rei.

Há os que gostam de estar embaixo do rei, como também os que gostam de estar com a criadagem, é mais democrático.

Há, ainda, os que preferem estar com os bichos, já que estes não reclamam.

A cabra só berra!

Cá entre nós, prefiro estar com a rainha. Preferencialmente estar a receber afagos reais.

Afinal, ela é quem manda no reino.

Quem prende o rei entre as pernas? Quem determina o assunto a ser servido nas rodas de negociações políticas? Quem cala a todos com um único olhar?

Quem é mais inteligente?

Estão vendo como é pensar com inteligência?

Pensar não necessita se colocar como ideologicamente de esquerda ou de direita.

Ambos são braços do mesmo corpo. Em um país excessivamente burocrático e, por isso mesmo, ideologicamente subdesenvolvido, braços com pensamentos e rumos diferentes fazem padecer de fome o fraco corpo.

Já pensaram se ambos os braços que comandam mãos que só escrevem, não quiserem limpar as sobras do resto das sobras que emolduram o ânus reais?

A quem caberá mal-cheirosa tarefa?

À mão esquerda jamais. Ela é o esteio, o pensamento revolucionário das mudanças significativas que ocorreram no mundo no último século.

A direita também não aceitará tão insignificante papel. Afinal ela detém o conhecimento tecnológico e econômico do crescimento mundial.

E o ânus real fede!

Continuará fedendo até que pensadores "marchem" (sentiram a sutileza?) em direção a um único ideal: Vamos sair desta merda!

Até quando vamos brigar entre nós e os safados de ocasião vão continuar se apropriando dos nossos pertences, como se fôssemos um bando de idiotas.

Como realmente somos!

Já não furtam nem se apropriam de valores em reais. Furtam, roubam, se apropriam em dólares. Em moeda norte-americana. Em "verdinhas".

Enquanto morremos de fome, sob os aplausos dos nossos ideais.

Afinal, sou de esquerda e você? Ah, eu sou de direita.

E o ânus real fede. O nosso também.

Douglas Mondo