Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em
outubro de 2001
Ó sol!
Ó sol ingrato,
dos versos, roubou-me a musa.
Como posso duelar contigo?
Sou poeta, não esgrimista.
Sou palavras, não raios de luz.
Não germino sementes.
Não aqueço o frio da noite.
Mas tenho o que nunca terás.
Sou o que nunca serás.
Sou amante, com haste e gozo.
Sou falante, com língua guardando o fosso.
Sou homem, com duas faces no rosto.
Tenho lábios, a salvar a musa em agosto.
Nos outros meses, sou a própria musa
e ela a poeta, para teu desgosto.
Douglas Mondo
|