Carta ao eterno aprendiz

Desejoso de me conhecer, você pediu que um amigo comum nos apresentasse. E
apareceu aqui, num domingo, com aparência de quem se preparou para o encontro ou seja, com traje de domingo. Eu estava, com a mesma roupa de trabalho que uso durante a semana, e assim fiquei.

Sua intenção era óbvia — aprender com quem você imagina tem muito a lhe ensinar. Aliás, sua postura de aluno, fez com que tivesse muitos mestres, que você adula durante algum tempo, enquanto anota suas dicas. Quando o caderno de anotações está cheio, muda de mestre. Esquecendo, aqueles que retiraram as pedras dos caminhos que percorreram, para que você não se ferisse.

Esteja certo que, de mim, pouco escutará e, por observação, escreverá apenas uma palavra em seu caderno — trabalho. "Trabalhar é preciso — sem isso, viver não é possível". Se alguém tiver de cantarolar esta versão do famoso refrão, será certamente um capricorniano — escreveram, as autoras* do livro "Use e Abuse do seu Signo", sobre o signo de Capricórnio, o meu signo.

Está livre, porém, para seguir meus passos mas, advirto-o, que por não ter a pretensão de ser mestra, não retiro as pedras que encontro em meus caminhos.

Lenise Resende

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* Marília Pacheco Fiorillo e Marylou Simonsen

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