Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em  outubro de 2001

Manhã Chuvosa

Saí pela cidade numa manhã encoberta, com prenúncios de chuva, embora ainda não havia acontecido.

Passei pela Urna da Santa Rita, costume este de longa data, continuei até a banca de revistas, do Paulo.

Lá encontrei alguns amigos, com os quais tive a grata oportunidade de tomar um cafezinho no balcão e conversar sobre os fatos recentes de Santa Rita e outros, economia, política etc.

Renato estava aborrecido com a usina de som que alguém colocou na praça, pois o volume e a qualidade de música, estavam dilacerando todo o seu sistema nervoso.

Mário nos falou que um determinado cidadão daqui de Aparecida, está instalando um bar perto de sua residência e o problema deverá ser o mesmo, pois não existe o respeito suficiente pelos vizinhos, que se encontram massacrados pelos sons que são colocados na cidade.

Um terceiro caso semelhante é o do Luis, que ocorre todos os sábados à tarde, tal qual os demais.

Concluímos o seguinte: teremos que nos ausentar em determinados horários, pois, não existem providências a respeito. É o tipo de conversa que não leva a lugar nenhum.

A seguir, após o café, fomos ver na banca de revistas e jornais as últimas manchetes. Deparamos com duas que nos chegou a chamar a atenção: "os juros devem baixar e o café teve queda recorde no mercado". Os meus amigos duvidaram de nova queda de juros, porém, a nosso ver, a notícia pode parecer correta, pois o País tem que melhorar o seu perfil de exportação, uma vez, que estamos encontrando dificuldades mil, com a exportação da carne bovina.

Entendemos ser esta, apenas uma batalha política, a retaliação comercial, pois existem outros problemas que devem ser resolvidos e não estão sendo. Os juros estando mais baixos, deverão permitir que outros setores da nossa economia consigam aumentar as suas exportações, compensando as perdas que estamos tendo com a nossa carne bovina, que é um produto de excelente qualidade, tal como o nosso café de exportação.

Com toda esta confusão de mercado e exportações, a chuva ainda não veio, permanecendo o tempo coberto.

Como todos os amigos, nada tínhamos a fazer, continuamos a conversar, agora, já na porta da banca, quando chegou, o José.

O comentário, desta vez, foi logo dirigido para a “gafe” que o nosso Presidente, praticou na sua viagem à China, o que o amigo comprovou com o recorte do jornal. O caso foi o seguinte: quando um Presidente vai a um país estrangeiro e ao fazer o seu discurso, como o que foi feito a empresários chineses, esse discurso deve ser feito na língua mãe do Presidente. No caso teria que ser feito em português.

Foi feito em inglês. O diplomata responsável pelo protocolo, chamou a atenção do Presidente, então, ele procurou consertar, dizendo que sabia que os chineses falavam o inglês. Já havia alguns empresários dormindo.

Foi quando um dos empresários chineses, resolveu a sair e agradeceu a presença do nosso Presidente, porém, falando em português.

Esta é apenas mais uma gafe, dentre as várias que têm ocorrido e elas servem para o nosso deleite, principalmente em dias nublados.

A chuva ainda não havia chegado. Após, essa conversa toda, que ocupou bastante o nosso tempo, que se encontrava ocioso, partimos para a nossa jornada sem objetivo algum e nos encaminhamos para nossas casas, comprometendo-nos para nova reunião amanhã, se a chuva permitir.

Alberto.Metello Neves

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