Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em  setembro de 2001

Salve a Monarquia!

Bem, afinal tomei um posicionamento político sério; não que algum dia eu tenha sido omissa nas minhas posições ou oposições ou quanto ao direito/dever de voto.

Não, não se trata disto. Também não decidi entrar para a política, filiar-me a algum partido, candidatar-me. Mas fiz uma reviravolta em minhas convicções: virei monarquista roxa. Monarquista dessas de carregar na bolsa foto de rainha e princesa, de ficar ensimesmada bendizendo a restauração da monarquia.

"Como? -Você está pensando — "ela enlouqueceu".

No entanto, afirmo e confirmo que não estou louca ou coisa que o valha; apenas virei monarquista, ou um ser humano não tem o direito de ter opiniões e conceitos próprios?

E lhe digo mais: é que, morando no Brasil, — ou não — você que me contesta nunca teve o privilégio de ver ao vivo e em cores, uma rainha, uma princesa.

Nunca sentiu a textura de uma pele aveludada, que só uma princesa possui. Não pôde ouvir a doçura de seus balbucios, nem presenciou a quietude de seu sono ou a inquietude de seus soluços, de seu choro desconsolado.

Não esperou por um tempo curto ou longo por uma princesa que viesse, nas asas do sonho, em carruagem de prata conduzida por anjos.

Não a esperou por meses a fio, então não pode mesmo valorizar o brilho de seu olhar.

Por que nasceu Aimée, aquela que, além de muito amada, é uma verdadeira princesinha de contos de fadas. E podem não acreditar, já tem gostos e opiniões formadas. Exemplo? Não aceita chupeta, rejeita-a com ar de desprezo e cara de poucos amigos.

Afinal, princesas que se prezam não se seduzir por esses prazeres plebeus.

Enfim, está definitivamente instaurada a monarquia nos nossos corações, onde a princesinha reina, recusando-se a dividir o reinado com o principezinho seu irmão, que ameaçava requisitar seus direitos de primogênito, mas acabou rendendo-se também ao encanto da fadinha.

Tenho dito: ser avó é regozijar-se no paraíso!

Maria Esther Torinho

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