Verdade, mas triste

À Cassia Eller, falecida em 29/12/2001

Não quero falar aqui da figura polêmica de Cássia Eller. Porque acho que polêmicos todos nós somos. Pela diversidade de idéias, o mundo sempre à parte, ideais contraditórios e principalmente, porque carregamos conosco um egoísmo desmedido. Polêmico somos todos nós, dependendo da posição que se coloque o outro e da oportunidade que temos de manifestar-nos.

E o que interessa à maioria da humanidade, é estar sempre em concordância com os poderosos e daqueles que podem trazer vantagem.

Lamento por essa artista cujo talento era absolutamente incontestável. Já choramos por muitos astros de nosso céu artístico e infelizmente teremos que continuar a chorar por muitos outros. Na verdade, eles são vítimas, pela sensibilidade que carregam, pela coragem de muitos enfrentamentos, e também pela arte que sempre cria seres diferentes e absolutamente imersos nos próprios sentimentos.

Ela brilhou e cumpriu o seu papel de artista, chorou e teve seus momentos de dor massacrante. Mas o talento esteve acima de tudo para essa mulher que enfrentou críticas e elogios, os mais contrastantes, e que foi mesmo à essa época alguém que se despreocupou do que outras pessoa pudessem pensar.

Reflito como terá sido sua infância, e como talvez tenha tido lutas interiores profundas e duradouras, refletindo em sua alma de artista tão precocemente.

Não quero me estender, nem fazer uma crônica sobre o assunto. Desejo apenas render meu respeito e ternura a alguém que se foi tão tristemente!

Vânia Moreira Diniz