SER MÃE...
Quando todos te condenem
quando ninguém te escutar,
ela te escuta e perdoa,
pois ser mãe - é perdoar!
Quando todos te abandonem
e ninguém te queira ver,
ela te segue e procura
pois ser mãe - é compreender!
Quando todos te negarem
um pão, um beijo, um olhar,
ela te ampara e acarinha
pois ser mãe — sempre é se dar!
Ante a Estátua do Soldado Desconhecido
Lá está... a glória o ergueu em pedestais
sobre o preito fictício dos altares...
— é o símbolo daqueles que aos milhares
transformaram-se em hordas de chacais...
Mentiram-lhe palavras por ideais
e ele destruiu seu lar e os outros lares,
— deixou crianças chorando sem ter pais,
corpos sem vida em todos os lugares!
Muita vez, perguntou-se: — aonde tu vais?
E outra voz respondeu: — segue! Não pares!
— seguiu!... E ao fogo da metralha, e ao gás
rolou na terra e despencou nos ares...
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Hoje, naquela estátua se consome
a própria história não guardou seu nome
e a glória azinhavrou seu falso brilho...
Vendo-o, no entanto, com que imensa dor:
— quantas noivas dirão: — é o meu amor!
e quantas mães murmurarão: — meu filho!...
J. G. de Araújo Jorge
Do livro: Bazar de Ritmos, Editora Vecchi, 6ª ed., 1963, RJ