NOVILHA NA REDE
Rudeza de rios que não se banham
Fronteiras de Frontes que não se vencem
Primaveras de Lírios que não fenecem
Bombardeios? Bombásticas
Terras de resolução
Fulminantes Virgens no acostamento.
Nos elos o élan e a maresiaRevolutas
Revoltas
Redondas
Roendo
Ralos
de amor.Estonteantes apostas e fúrias fulminantes
ao largo largadas nos femininos opúsculos
crepúsculos que carregam-se como
luz da manhã incerta e purificadora...(te farão bem
os ventos e os barcos
as velas e as sendas
os poemas de três passos
as estórias sem enlaces)Novilha na Rede...
antes que te voltes, Mulher,
a mão do bárbaro é novamente tua
beija-lhe em cada uma das três faces
o olho do centro
o amálgama do medo esquecido
em suas poeiras vagas vagabundas
de ilusões e cortejos
nua e na rua redime a forma e sua
discutível planificação de outras redes.
GUME DE GUEIXA
Sou uma única mulher
quando a trombeta anuncia
um inverno sem tropeços.Os legionários da palavra espiam sua falta de dados
como me fiz por nenhum motivo
conheço o luxo de ser nua e insofismável
inquestionável é a questão e o próximo dia.
Também invoco nas santas armações
da luta contínua por porto algum
as desculpas estilhaçadas em farpas
dos ausentes cansados em dentes de ogro.Mas me canso descanso de meu fel.
Ardia na boca do estômago a fúria da pretensão
– esqueci-a retaliada no sofá branco e bagunçado –
deve haver algo melhor do que essa faca
gume de gueixa
a ponta de prata que rebola a qualquer ultraje
para dentro através da margem.e porém... como dizia tenho azia
dor de baço e um cansaço...
aí retomei a pena e o pó dos livros
a lide das pernas e a busca do pão
pensei no amor como um condimento vespertino
dos enfeites adiei o aprumo e por três ou quatro
minutos dos restantes sorri e adormeci
ali ao pé do carvalho planto, morena,
serena e de orvalho em pé e sombra
afogada e deslumbrada
– o nome daquele é o mesmo deste?
Esses os problemas e sua função.Jandira Zanchi