AS ABELHAS

Mal ergue o Sol, o leve cortinado
da noite, que vai presto se ausentar,
as abelhas, em bando organizado,
vêm buscar vida e vêm vitalizar...

A zumbir enxameiam num bailado,
asas fremindo, leves, a entoar
um hino matinal e consagrado
às irmãs-flores, dóceis no pomar.

Aureantes, volitam, pressurosas,
colhendo pólen e o néctar de doçura,
para a colméia, casa de abastança.

Nas colméias do peito, dadivosas,
meus sonhos são abelhas à procura
do bom néctar, nas flores da Esperança.

                                                   Miguel J. Malty

Do livro: "Sonhos e anseios", Ed. autor, s/ano, DF