COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ
Dia dos namorados: Paixão ou Amor?
Próximo ao dia dos namorados, eu me sinto inspirada para esquecer tudo que já debatemos sobre os últimos acontecimentos não só do Brasil como do mundo e me reporto ao amor. Tudo pode evoluir e involuir em nossos caminhos menos esse sentimento avassalador e que não depende nem ao menos de nossa vontade. Ele existe independente de qualquer reação, luta ou obstinação.
Na paixão estamos com privação dos sentidos, porque já nem sabemos como agir, dominados pela sedução, mas que tira até a faculdade de pensar. Sofre-se, não se pensa senão nela, mas, na verdade dizem os especialistas que nesse momento amamos a nós mesmos refletidos no objeto da paixão. É fremente e creio que se não vivermos essa fase pelo menos uma vez não curtimos a vida. Nesse trecho de nossos passos nada interessa senão ver, amar, pensar e estar com quem estamos apaixonados. Não há nem um motivo concreto para isso e outra pessoa costuma perguntar:
“Por quê ele? (ou ela)?”
E ninguém sabe responder, a química é forte e inexplicável e como uma avalanche os apaixonados se deixam envolver e se atiram de cabeça nesse mar embriagador.
O amor é mais calmo, profundo, denso, entrecortado de gestos de dedicação, mas conseguimos ficar com olhos abertos para inclusive ser capaz de experimentar a conquista de cada dia, onde semeamos o amor a cada minuto com um prazer talvez embriagador, mas jamais sem consciência como a paixão.
Não entendo como simplesmente alguns relacionamentos cheios de amor aparentemente são capazes de dizer: “Se não der certo acabaremos”.
Não porque um dia não possa acabar, mas porque quando a amor bate vem com ele a sensação da “imortalidade” desse sentimento. E se já se começa um amor pensando com tal objetividade fria não existe o verdadeiro amor. O amor não se iguala à paixão, têm nuances diferentes e especiais como a vibração, desejo, vontade da presença, e a ternura que é mais própria dos sentimentos mais calmos sem tirar o desejo premente que como um ímã une e grita nas horas do prazer. O amor é profundo e arraigado.
Existe sem dúvida e com muita frequência a paixão que se transforma em amor, um tesouro precioso quando acontece e se torna algo especialmente gostoso e simplesmente impetuoso e ardente. E para que continuemos sentindo essa sensação luminosa, para que caminhemos de mãos dadas, olhares cruzados e prazer incontrolável, precisamos ofertar menos egoísmo e a certeza que queremos cultivá-lo porque ele faz parte importante de nossa vida, sem tirar nossa individualidade. Leon Blois, um escritor francês desconhecido, mas que escreveu um livro realista “A mulher Pobre” já dizia: “Amar não é olhar um para o outro e sim ambos na mesma direção.”
Amar é o momento mais importante de nossas vidas, êxtase e loucura, prazer incontido a se manifestar incontrolavelmente e a forma mais deslumbrante de nos realizarmos em outros prismas da existência. O orgasmo energizador é a fonte de vida e combustível quando a presença do amor é acentuada.
Nenhum sentimento é tão prazeroso, lúdico, impressionante e surpreendentemente arrebatador como amor e por isso o Dia dos Namorados é comemorado sem restrições numa entrega e irresistível e fascinante.
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