Cultos aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
A umidade provoca fungos nos troncos mortos das árvores. É o que o habitante da cidade, em seus jardins, conhece como "orelha-de-pau". Os elementais têm atração por esses fungos, e também pelos Cogumelos. Nada mais atrativo do que um gnomo sob um Cogumelo, numa pequena loja da Europa, seja em madeira ou em porcelana. A alma do Gnomo se manifesta também como um Velho, aparecendo com seus olhos azuis e longa barba branca. O crepitar da lareira no Inverno ou as manchas de Sol no chão dos bosques, que surgem através das copas das árvores, nas Estações mais quentes, tornam ativas as Almas dos Elementais. Os elementais não são alegres nem tristes – suas almas se modificam de acordo com os transtornos da humanidade – no entanto, eles têm uma espécie de poesia que é o resíduo do amor entre os humanos, fungos do Espírito, podridão das caricias que perdem o latejar do aquecimento da Salamandra eterna, enquanto a Sensualidade empalidece com a morte da carne dos humanos.
Uma espécie de iniciação se processa entre os princípios funcionais ativos, os "neterw", esses poderes que não são deuses, mas, segundo os egípcios, "entidades divinas" ou atributos divinos, que podem ser os ornamentos de muitos aspectos da Vida, aqueles que não formam Destinos... e são livres até desejarem a fatalidade da atração humana e mergulharem no Estupor de "Onde foi que eu errei?"
A cegueira desse Estado em que estamos tão perto da Realidade da Revelação, a ponto de a podermos tocar com os dedos, e no entanto não nos julgamos cegos e por isso nos perguntamos:
– É preciso ver?