Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambas de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades:
http://chrisherrmann.blogspot.com
Coluna 53 - 1ª quinzena de novembro
próxima coluna: 24/11
POESIA
O nosso destaque da quinzena, coletados na comunidade Orkultural, vai para os poemas dos seguintes autores:
Márcia Sanches Luz, Ana Wagner, Thiago Selliach, Nilson Ruas, Paulo Tarcizio da Silva Marcondes e Fabíola Reis.
Boas leituras a todos e até a próxima coluna!
* * *
Momento
Márcia Sanchez Luz
Principia este momento
Precipito-me em buscá-lo.
Mas que momento é este
Se nem sei como ele é?
Talvez devesse parar
E deixar que ele venha
Me dizer seu nome e senha
E também se apresentar.
És minha inspiração
Isabela Khoury
És minha inspiração
meus desejos proibidos
Meu veneno, minha cura!
És o espelho de minhas palavras
que fluem sem barreiras...
Poeta louca! Insana!
Poeta verdadeira! Transparente!
Que se desnuda e te mostra a alma
Na mais pura e sincera nudez...
Inesperado
Ana Wagner
Me desdobro
em pedacinhos
sem dores de mim
nudez nas palavras
mudez secretas
nos gestos
no toque
indiferente
imagino a fuga
o sol queima
minha retina
sigo em frente
sedução
é sina
entregue
à arte
de amar
inesperada
mente
Doce Ironia
T
hiago Selliach
Um beijo.
Uma troca de carinho.
Uma dor acometida...
Lágrimas! lágrimas!
Uma música é dedicada...
Um abismo se interte em sua barriga,
Pêlos eriçam, seu corpo treme e estala...
Lágrimas! Lágrimas!
Os corpos fazem a sua dança,
Agem sozinhos,
Sem acorde, nem dissonância...
O que é isso?
Sim! São risos! Risos!
E que desfecho fez-se de sua alegria!
Do mais doce amor – ó! E que puro amor! -
Entrega-se à suave tragada de ironia...
Ironia! Ironia!
Palavras em desatino
Nilson Ruas
Não me importa que minh'alma
em tua chama se desfaça em cinzas,
pois minha boca profana,
declama o meu nome em tua língua;
Não temo nem tampouco o acaso,
de balbuciar palavras em desatino,
ao saborear o gosto
o doce gosto dos teus seios;
E mesmo que te faças louca
e sussurre em meus ouvidos nomes feios,
para te Amar uma vida só é pouca,
eu quero a eternidade, a percorrer teus entremeios;
Mas se por obra e maldade do destino audaz,
tiveres que ir embora quero que se vá,
e o faça sem desculpas, sem demora,
apenas vire as costas, e não olhe para trás.
Contraste
Paulo Tarcizio da Silva Marcondes
Porque estou longe dela, dentro em mim,
só há cinzentas nuvens de procela,
céus carrancudos, temporais sem fim,
tristezas, lutos e a lembrança dela.
Por que a manhã é tão bonita assim?
o sol dourando as árvores, e aquela
aragem morna, e o orvalho no capim...
Por que estás, natureza, assim tão bela?
Por que o bando de pássaros insiste
em vir trinar aqui alegremente
a mais bela e clara canção que existe?
Não sei quem age mais erradamente:
se sou eu, por estar assim tão triste,
se a natureza, por estar contente.
Partida
Fabíola Reis
Quem disse que eu lhe permiti a ida?!
Acaso não vêz a ferida,
que sangra e irrompe ao espaço?!
Não pense que é só ir e pronto,
que tudo se consome no ato,
que tudo se finda e amém.
Não pense... vá.
Deixe que eu pense por ti,
que por tantos, tantos passou,
e que morreu em vida,
a falta da sua vida,
na dura vida que ficou.
***
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