Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora

lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atual
COLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA 
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
Nº 8 - 23/9/2008
(próxima: 23/10/2008)

A LEMBRANÇA DAS VIDAS PASSADAS

Não creio que eu seja a única – ou poucas pessoas – a se lembrar, como eu, da encarnação passada. Há algo em nossa alma que é a lembrança da vida anteior e muitos não sabem. É preciso é ir separando as visões e percebendo que elas não são de nosso íntimo, são reminicências. Contemplarmos o que ocorreu no passado nos ajuda nesta vida. Como se trata de uma existência passada, não nos causa vergonha, pois pertence a um outro destino. E é só pesarmos o que nos sucedeu, com o que nos ocorre agora. Os amores hoje, que não nos ajudaram em nada, confrantamos com os do passado. É como uma folha que guardamos do imenso Livro, que é nosso desenrolar sobre a crosta Terrestre. A família, que não nos foi afim, comparemos com a que outrora era ótima para nós – isso nos conforta. Se temos uma deficiência física, nos regalamos olhando para o passado em que éramos perfeitos. Também "pesamos" na consciência, a imensa Consciência, o que fizemos de maldade e de vingança ao próximo... A leitura de séculos passados nos dá muito conforto e sabedoria para desenvolver a vida de agora – e, repíto, como não é um passado "próximo", não nos provoca neurose por erros impossíveis de serem "ainda" corrigidos...  Tudo tem novo aspecto e não nos magoa, e refazer o que hoje não nos oprime, com outra ciência de Viver, é um bem e um novo horizonte a nossa disposição.


flor de lótusflor de lótusflor de lótus

Num painel em minha sala de almoço está, em uma pintura, a deusa Ísis de mãos dadas com a deusa Maat. Maat é a Verdade, a Justiça. A deusa Ísis torna Maat compreensÍvel aos homens. Ísis, a Mãe Divina, o poder condutor e encaminhador do Homem para a Divindade. Por intermédio de Ísis, chegamos aos pés de Maat, para então termos a REVELAÇÃO de SER e de É. A Justiça, estando na Balança da Verdade, equilibra o Homem em Amar e Desamar. SER é igual a É. E toda a nossa Vida, pelo menos a minha, é SER devotada às ondas da imagem Cósmica de Ísis na Criação, pois sua ondulação embala constantemente meu Espírito, ainda sem sua imersão total na Divindade. Ísis, a Grande Vaca – a "minha Ísis" – tem em sua cabeça chifres de Vaca e no meio um Sol, pois Ísis é esposa do deus Osiris. Gandhi dizia que a Vaca era nossa segunda mãe, porque  dela nos alimentamos toda a vida, no seu leite. Se sorvermos o leite de Ísis, "nossos olhos se abrirão" para existirmos, para SERMOS nessa ainda incompreensível para nós DIVINDADE, para sermos o que É.

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O Não-Eu do Budismo pode estar calçado no Tao, que, ao meu ver, pela filosofia da China, a Velha China, é a essência que se cultiva. A Essência tem em Si o Não-Ser, o Não-Eu, porque o que importa é a filosofia momentânea do espirito. Por que as pessoas não se lembram das encarnações passadas? Porque não devem permanecer nem cultivar a personalidade que foram...O Segredo do Tao, é o Instante. Por que me lembro de minha vida passada na India? Porque lá aprendi algo que tinha de passar adiante – era o jarro, o Graal que eu tinha despertado não só através do Hinduismo, mas também do Antigo Egito, da Grécia, da China. Não foi o meu Eu que foi preservado...  foi o Jarro onde está algo que eu tinha que levar à Humanidade. A Reencarnação na Terra é para despertar o Espírito do Homem. Se o Homem se lembra de sua outra vida, ele atravessa a Morte!  Se ele atravessar a Morte, ele tem um horizonte muito maior que o comum dos homens. É o Graal, a Substância que tem importância, e a Substância ele tem que levar no jarro ou no Graal de uma Civilização para Civilização; essas Civilizações vão desaparecer, mas a Substância do Graal, não! A Substância pertence à Deus: você conhecendo a Substância, se reconforta em Deus. A Substância Ilumina e Revela; a Fé faz você desaparecer.

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"Ele" é um espirito que fez viver um corpo na Índia há pouco mais de 200 anos. "Ele" era um rapaz pobre, que vivia de artesanato de junco e namorava uma moça pobre como ele, mas, uma moça livre das "elaborações do casamento"; era uma devadase do templo. Em sua marcha de evolução, eles perceberam que não podiam livrar-se de nada, de absolutamente nada das suas "vivências", portanto eles deram um grande passo na existência do Mundo Terra. Há pouco, li numa mensagem do computador: "Livra-te de objetos desnecessários, guardados sem nenhuma utilidade, livra-te de lembranças desagradáveis, que te pertubam e não servem para nada... "As amargas, não", dizia o escritor Álvaro Moreira. Aqueles, porém, que têm viva a passagem de uma encarnação para outra, sabem por experiência própria, que não podem livrar-se de coisa alguma, porque essas coisas estão em nossas almas e fazem parte, portanto, da contextura da experiência terrestre e dos mundos espirituais além dos nossos. Os humanos põem e dispõem; os animais não: carregam em sua evolução tudo o que sofreram, os envegonharam, os magoaram. O que selecionamos para o nosso bem-estar espiritual é uma seleção nossa – não é a seleção  da Evolução; e, sem esperarmos, temos a surpresa de nos defrontar, de repente, com o que desejavámos esquecer... A evolução cuida disso: nós não temos que selecionar nada – a evolução transforma, não limpa. As coisas se tornam "sem efeito" porque não cabem mais em nós, porque somos "outros".  A Iluminação que a Verdade nos traz, nos Revela. Mudamos de olhos, como mudamos de Alma; por isso, vemos as coisas de outra forma, de outra maneira. Bendita a Consciência das Vidas Passadas, bendita a lembrança, que é uma Mestra nossa! Despertemos essa lembrança para termos o Plano Espiritual de que temos direito, já em nós, aqui na Terra.

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