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Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambas de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades:
http://chrisherrmann.blogspot.com
Coluna 64 - 2ª quinzena de maio
(atualizações: todo dia 8 e 24 de cada mês)
POESIA E REFLEXÃO
Trazemos nesta edição alguns poemas e pensamentos coletados na nossa comunidade Orkultural, de Maria Lúcia de Almeida, Rejane (Mel) Britto, Wandréia Carneiro, Antonio Carlos Rocha e Kico Seridó.
Boas leituras e até a próxima quinzena.
* * *
No seguir do rio
Maria Lúcia de Almeida
Sigo a vida,
Outras paragens
Deixo as mágoas,
Busco harmonia.
E ao contemplar o sol,
De suas margens,
Se eu pudesse...
Daqui não sairia.
Sua quietude em si
Guarda um mistério
Que não se vê
No fundo de suas águas
Aqui não existe dor,
Nem tristes mágoas.
E no fervor desta maravilha,
Nos sons de sua correnteza,
Nasce uma mística beleza
Que emerge em mim
Feito uma ilha.
Poetrix - Além do Amor
Rejane (Mel) Britto
entre os lençóis
domínio ilícito
teu corpo é vício
Você está em tudo
Wandréia Carneiro
Homem, nem precisa vigiar...
Você está em tudo, nas músicas que ouço, no sol que todos os dias insiste em me tirar da cama...
No vento que toca meu rosto e desalinha meu cabelo,
No espelho quando me deparo comigo e lembro de você com aquele olhar cativante e cheio de malícia...
Sinto saudade da tua voz... dos teus sussurros no meu ouvido, falando de você, da sua vida e das suas loucuras...
Te esquecer não consigo...
Meus dias se enchem de luz, de cor, de música, o vento me traz teu cheiro, durmo e acordo com você no pensamento... no coração, quando me toco a tua mão passa ser a minha...
e minha vida hoje tem outro sentido, o que você conseguiu dar a ela.
Você é mais importante que os papéis que representa...
Tudo na vida é simples, sem muitas teorias ou explicações...
A verdade é só uma e você sabe qual.
Portanto menino... hoje dorme bem e com o coração sorrindo,
Porque nesse desafio da vida você venceu e eu te reverencio...
Estou te amando!
O que sinto é verdadeiro, intenso e delicioso que vale por uma vida inteira...
Quer você esteja ou não ao meu lado.
Eis o verdadeiro sentimento... incondicional, repleto de vida e pleno de felicidade... Onde poder compartilhar é maravilhoso.
Loucura?
Não... porque te conheço nu de tuas máscaras, dos teus papéis ou do que representa ser... conheço tuas qualidades tanto quanto os teus defeitos...
Essa tua personalidade nervosa e irritada.
Sei que és tempestade ou uma doce brisa de verão, depende do que eu despertar em você!
Te provocar é delicioso!
Guarde bem essas palavras... não é sempre que admito minhas fraquezas...
PREGUIÇA
Antonio Carlos Rocha
Como a preguiça no tronco do jatobá,
Me enrosco na vida, no tempo lento
De quem precisa, mas não sabe mudar-se,
Enquanto a onda vai e vem, canta e desmaia.
Caminho pela praia, risco versos na areia,
Mesmo sabendo que o mar os apagará,
Assim como as pegadas dos passos incertos
Do andarilho que não vê aonde chegar.
Mudei tanto em tantos anos,
Muito amei e fui amado,
Sorvi o mel dos prazeres
E o fel dos desenganos,
Porque sempre quis voar.
Voei, voei longe pelo campo dos sonhos,
E das poucas realidades que abracei,
Estátuas esculpidas com cinzel de aço
Que ficaram sentadas em escritórios,
Nas mesas de bares, nos pregões da Bolsa,
Nas camas de lares, nas campas dos queridos,
Testemunhas caladas de tantas histórias,
De tempos agitados, mas bem vividos.
A praia é longa, a vida é breve...
Os rumos vão à cabeça,
Que não diz pra onde ir.
Vou esperar que amanheça.
Vou deixar que a onda me leve!
Por um momento: livre pensador
Kico Seridó
Sempre busquei o entendimento do meu verdadeiro eu, e sempre que me encontro, estou num estado de solidão.
Interessante que para muitos, esta palavra representa um triste estado de espírito, no entanto, eu a considero uma amiga na qual sempre me mostra quem realmente sou.
Não que eu seja egoísta.
Não que eu seja excêntrico ou coisa do tipo.
No entanto, não tenho e nem quero a obrigação de ser iguais a tantos.
Não tenho a necessidade de conviver num "mundo" que não condiz com meus ideais, com meus anseios, com meus sentimentos.
Não tenho a obrigação de freqüentar espaços que não me dão nenhum entusiasmo, que não me mostram sentido.
Não tenho a obrigação de almejar seus tão sonhados bens materiais.
Não tenho a necessidade de buscar seus status sociais.
Seria eu então um louco por pensar assim?
Não me considero maluco, apenas tomei a liberdade de querer ser verdadeiramente o que exatamente neste instante sou:
Um livre e descompromissado pensador.
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