Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
AS GRANDES FORÇAS DA VIDA
O Grande Mistério, não é a Morte, mas sim, a Vida. A Vida vive-se muito pouco.
A Morte, parece ser eterna — de vez em quando. Ela se encarna na Terra, vive mil coisas, mil criações.
Dizem que o sexo é maldito, mas, sem ele, não haveria Vida de espécie alguma sobre a Terra. Dizem também que o sexo foi a maldição do Paraíso — o sexo se tornou Carne — por isso um enviado de Deus, segundo a doutrina Católica, nasceu sem a intervenção do sexo.
Milhares de mundos, planetas, giram no espaço sem fim; desde que a Polaridade organize o Cosmos, o Positivo usando o Negativo para não se chocarem, não se destruírem, a "Criação" permanece. A Criação só existe devido à Polaridade.
No Hinduísmo, Brahma é o Criador, Vishnu, o Conservador da Obra de Brahma, Shiva o Transformador, do Universo inteiro, não somente do planeta Terra. O Universo deveria ser uma morada só, isto é, minha Alma deveria fazer frente às diversas galáxias, ter a Essência dos outros mundos nas suas metamorfoses universais; mas, segundo a Antroposofia, só temos acesso às camadas espirituais do nosso planeta.
O Livro dos Mortos (Egito) fala sobre o Espírito e a Alma, mas não menciona os numerososs mundos que rolam nas inúmeras galáxias. Os deuses chefes do Mundo dos Mortos, Maat, Osiris, Ísis, Horus, Anubis, Seth, todos eles, os deuses, se misturam com as almas e os Espíritos, porém não há menção nem do "nascimento" nem da morte dos "planetas" e estrelas. A Lua e o Sol estão no Livro dos Mortos como "Polaridade" positiva e negativa na criatividade, na vida do planeta Terra. A Humanidade, os animais, os vegetais, os minerais se metamorfoseiam e se recriam. Que deus é responsável no Livro dos Mortos por um planetóide que, deixando sua órbita, irá ocasionar uma catástrofe nos Céus?
O Criador — Deus — criou primeiro as emoções, pois o mais dificil é o dominio ou o controle delas.
O Filho de Deus disse para o Pai: — Pai, se possível, afaste de mim esse cálice... Porém o Pai não afastou e, nessa história, o relato das emoções ficou por conta de nossa imaginação.
Os planetas em transformações, os cometas e asteróides percorrendo o espaço sem fim, às vezes, desmanchavam uma grande dor, que ficava em frangalhos, formando constelações e elipses de novos planetas; mas, apesar da dor dilacerante, a Alma que chorou essa dor, carregou-a, embalando-a nos braços em muitas encarnações, na Terra, em outros Planetas, fazendo com que a Alma olhasse o espaço quando a escuridão transformava tudo em estrelas luminosas, sentindo uma saudade inexplicával...
Na Terra, nossa dor moral por morte de um parente ou um animal de estimação deixa que o tempo inexorável faça dessa dor, às vezes, um arremedo do esquecimento... mas não a desmancha como um planetóide em choque com uma estrela cadente... Fagulhas são soltas no espaço, impossível de serem reunidas outra vez, levando a dor para onde não possa mais ser refeita; porém, mesmo "esfrangalhada", a dor subsiste...
Será que as Almas, somente as Almas, são capazes de controlar na Criação a dor, o sofrimento, a paixão, o ciúme, a adoração, a saudade, a ponto de imaginarmos que o Criador convoca a Alma Universal para ajudar o Controle Cósmico?
Não... uma grande força existe... a Esperança.
Procuramos Deus, para crer.
Imagino Deus como um Organismo.
Coisas boas e más são atributos e excrescências, no Organismo em Sua Manifestação.
Como geralmente somos seres imperfeitos, devemos atrapalhar a manifestação Divina.
Mente, coração, tudo nos é concedido por Deus.
Almejamos a cura, almejamos a identificação com a Divindade.
Não vamos nos anular nos identificando com Deus; vamos nos anular diante das imperfeições;
Os Planos devem ser cada vez mais adequados à Manifestação, e nós também nos adequamos em razão dos Planos.
O Divino? Vamos nos entregar e não Imaginar.
Amor = Vida, Existência.
Tudo começa e termina no Amor.
Amor é Poder.
Amor não perde nunca... a perda é temporária.
Sempre é o Amor.
Foi o Amor Divino que permitiu nossa existência, e a Divindade é vencida pelo Amor.
Sem Amor, tudo é perecivel.
No princípio ainda lutamos, porque ainda temos em nós as imperfeições humanas; mas, deixando que cada vez mais Eros se aposse de nós, nos defrontamos com a Divindade, erguendo ela o desafio do Amor...