Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
O ETERNO EGITO
Saudades do Egito Antigo
Os Olhos Podres do Abutre, símbolo da Mãe Divina, rodeados de sombras, estavam na face morena e triste, da Rainha Egipcia AnkSenAmon, que assumira o trono do Egito por morte de seu marido TutAnkAmon;
As asas da Ave Sagrada Carniceira ainda abrigaram com sua sombra fatídica, o segundo casamento da filha da Rainha Nefertite, com o Sacerdote Ai, que realizara a cerimônia da entrega da Alma de TutAnkAmon, na sua passagem para a Morte.
O Abutre Sagrado ainda vira o cortejo que levava o corpo do Sacerdote Ai, para a imersão no Sal que o desidrataria para as cerimônias de mumificação
– sim, Ai também morrera.
AnkSenAmon, a filha de Nefertite, em seu trono dourado, olhava com seus olhos negros, de lágrimas pútridas, o vazio da Sala muda do trono
– o Horizonte Sombrio, como cortina da Morte, lhe vedava o que restaria da Vida...
E AnkSenAmon deu ordem para vir o Escriba do Palácio.
E ditou-lhe uma carta para Supiliuma, rei dos Hititas, que hoje, corresponde ao País da Turquia.
AnkSenAmon, dizia na carta para Supiliuma:
– Senhor, sois pai de 90 filhos
– vos peço um dos seus filhos para compartilhar comigo, o trono do Egito... etc. etc.
O Rei Hitita Supiliuma achou a carta "meio louca" – mulher pedindo marido...
– e chamou um dos seus ministros:
– Vá ver o que a mulher quer!
O ministro foi e se apresentou à Rainha do Egito, viuva de TutAnkAmon e do Sacerdote Ai:
– Senhora, o que desejais realmente?
E ela respondeu:
– O que pensa o senhor que faz uma Egípcia ser preciso curvar-se diante de um Hitita?
O Ministro se curvou respeitosamente e voltou com a resposta malcriada para o país dos Hititas.
O Rei Supiliuma ficou contemplando o céu estrelado durante a noite; ele tinha noventa filhos que não conhecia muito bem: a Rainha não poderia ter subido ao trono, pois as duas filhas do Faraó TutAnkAmon tinham morrido ao nascer
– uma nascida de 5 meses, outra, com Espinha Bifida, morta ao nascer de 7 meses. Portanto, pela Lei, AnkSenAmon, não poderia reinar com Regente, pois não tinha príncipe nem princesas para proteger para um futuro reinado; no entanto, estava no trono há quatro anos... um reinado tranquilo, sem guerras, mas com corrupção dos membros do Governo
– segundo se comentava. Um hitita poderia dar um filho sadio à Rainha, ainda muito moça, e o Egito, com sua riqueza e poder, um Estado para os Pais dos Hititas...
Supiliuma pensou e enviou um dos seus filhos para o Egito.
Porém alguém já estava armado, aguardando a chegada do Príncipe... possivelmente, e mais que possivelmente, o Comandante Horemheb, casado com uma irmã da Rainha Nefertite, mãe de AnkSenAmon...
E o Príncipe Hitita, mal colocou o pé no Egito, foi morto...
E Horemheb estendeu a mão à sua sobrinha AnkSenAmon, e convidou-a a deixar o trono do Egito...
E Horemheb deu inicio à Décima Nona Dinastia do Egito; mas, a verdadeira Dinastia de sangue do Egito estava terminada com a morte de seu último Faraó: TutAnkAmon.
E qual o fim de AnkSenAmon?
Possivelmente, o pior e o mais trágico possível... mas, que nunca foi revelado.
Suas duas filhas, mumificadas, estão numa sala do Museu do Cairo
– eu as vi
– as contemplei, demoradamente...
Sob a prateleira em que estão seus corpos, encontra-se o sarcófago de um irmão de TutAnkAmon, o primeiro Faraó do Egito após a morte do Faraó AknAthon, este casado com MerittAthon, outra das sete filhas de Nefertite, e que quis implantar a devoção ao Deus Único Athon-Semenkharé, o Capenga. Após a morte deste Faraó, que, apesar de bom nadador, morreu afogado no Nilo, é que subiu ao trono TutAnkAmon.
E Horemheb inaugura a Décima Nona Dinastia
– bons generais, como os Ramsés
– mas... o sangue nobre do Egito extinguiu-se com a Décima Oitava Dinastia.
Duas rainhas e o trono do Egito
Primeiro, ela se chamou Anksepathon, depois, quando foi rainha, é que passou a ser Anksenamon.
Ela foi a segunda Rainha do Egito, após a morte de Anknathon.
A primeira rainha, após a morte de Anknathon, foi Meritathon, casada com Semenkare. Ficando viúva, com a morte do marido afogado no Rio Nilo, subiu ao trono outro filho de Anknathon: Tutankamon, casado com sua irmã, Anksenamon.
Voltando da cidade fundada por Ankenathon, no Deserto, para Tebas, capital do Egito, também Tutankamon reinou pouco tempo, morrendo com uns dezenove anos de idade.
Só que, a rainha Anksenamon, não deixou o trono, a que não tinha direito, pois as duas filhas que teve, morreram ao nascer, e assim, a rainha não podendo ser regente, tinha que deixar o trono. Só que continuou sentada lá e deu um golpe: casou com o sacerdote Ai.
Ankesenamon também não teve filhos de Ai, que morreu em pouco tempo. Que espécie de tramoia essa mulher que queria continuar rainha do Egito, armou? Os Hititas, que hoje habitam um país que se chama Turquia, não estavam longe do Egito, mas viviam tentando invadir o Egito.
Anksenamon escreveu longa carta ao Rei Hitita Supiliuma, contando seu drama de viuva e sem filhos. Terminou a carta pedindo ao Rei, que tinha 90 filhos, um de seus filhos em casamento. O Rei pensou, pensou, porque estaria jogando um filho seu numa armadilha, e, enviou um emissário ao Egito: – Vai ver o que a mulher quer".
O emissário foi e ouviu de Anksenamon, o seguinte:
– O que pensa o seu rei que uma egípcia fosse forçada a se humilhar diante de um hitita?
O emissário voltou com a resposta para o Rei Supiliuma, que pensou, pensou, e enviou um dos príncipes que mal pisou no Egito, foi assassinado pela escolta do general Horenhebe, protetor daquela família real que há muito só lhe dava dores de cabeça. Os Hititas não se levantaram contra o Egito, pois acabava de ser fundada a 17ª Dinastia do Egito, primeiro faraó: Horenhebe.
E o que aconteceu com Ankesenamon? É um mistério, mas, creio na hipótese dela ter fugido para o norte da Índia, numa das caravanas da Rota da Seda. Horenhebe não pensaria em lhe fazer nenhum aborrecimento, uma vez que Anksenamon era sua sobrinha, filha da Rainha Nefertite, que também teve um fim misterioso. Os egípcios tinham horror ao suicídio, altamente condenável na Religião Egípcia, mas a fuga era um fim possível para a orgulhosa Anksenamon que não gostava de perder
– pelo menos, sua múmia nunca foi encontrada, assim como a múmia de sua mãe, Nefertite.
Mais tarde, muito mais tarde, o Egito passou a pertencer ao general de Alexandre, o Grande, Ptolomeu, e a última rainha do Egito, foi Cleópatra a Sétima, que também, astuciosamente, permaneceu no trono jogando entre César e Marco Antônio.
De César, Cleópatra teve Cesário, filho que ela enviou para a Índia com a recomendação de que em hipótese alguma o tirarssem da Índia. O protetor dele, porém, foi iludido por Roma e trouxe de volta Cesário, que foi assassinado. De Marco Antônio, teve um casal de gêmeos, Hélio e Cleópatra Selene,
também conhecida como Cleópatra VIII do Egito ou Cleópatra VIII, que foi esposa de Juba II da Numídia e rainha da Mauritânia.
Essas duas rainhas, Ankesenamon e Cleópatra, jogaram com os homens para permanecerem no trono, mas foi partida perdida. Os corpos das duas jamais foram encontrados.
Considerações
"Para nossos contemporaneos, a egiptologia não será outra coisa que uma curiosidade; ou, em realidade, ela constitue a expressão de uma profunda ciencia cujo sentido teria sido, depois de milhares de anos, perdido, esquecido, ignorado. O mundo de hoje, navega a deriva; é um barco sem seus mastros, sem suas velas e sem seu piloto. Assim, num proximo futuro, poderá ele vir a ser a presa da primeira borrasca sobrevindo de improviso".
Grégoire Kolpaktchy - Livre des Morts des Anciens Egyptiens
As religiões, as teosofias, as teologias, não deram a devida importância ao Lado-de-Lá, da Religião Egípcia, no sentido de que o Lado-de-Lá penetra com a ponta do Triângulo Sagrado a vida material do homem.
O homem só evolui com o lado material e o espiritual ao mesmo tempo.
Sendo o lado Material accessível e o Espiritual também accessível mas interditado para a maioria da humanidade, a população do Globo Terrestre segue cega, sem saber porque está vivendo e esquecendo que a metafisica deveria ser complemento de sua aprendizagem terrena.
A sua última encarnação, ao menos a última, deveria ser calço de toda sua atitude na Terra.
A lembrança do seu estado no Lado de Lá, no mundo do deus Osiris, deveria ser a Alma de sua Vida na Terra.
"Por que sofro, por que faço isso, por que vivo assim, por que vivo nesta família, por que não tenho familia, por que sou cego, por que não posso me locomover com os membros de meu corpo, por que fui injustamente julgado, por que procuro várias religiões e não acerto com nenhuma, por que sou imensamente rico e o que vai redundar disso no meu rastro de vivência, já que não acredito em Deus? O que é Deus?"
Busca, e encontrarás.
A Inteligência para a Busca deve ser despertada.
O Lado-de-Lá está ao nosso lado, nos acompanha. Os selvagens sentem o Lado-de-Lá, na selva, no Deserto... convidam os Entes Espirituais, os Entes Iluminados para virem até eles, para os confortar, para os ajudar... Devem ter um Sacerdote Iluminado e Bom para não deixar os Entes Não Iluminados virem perturbar a Existência dos humanos. A Aura do Iluminado o proteje; portanto, purifiquemos nossa Aura, no interior das Igrejas, como no exemplo desta deliciosa lenda da Idade Média:
– Um tocador de violino das ruas não tinha conseguido as moedas necessárias para ele se alimentar. Desesperado, entrou numa igreja e começou a tocar violino para a imagem da Madona. A imagem que tinha sapatinhos de ouro, tirou um dos sapatos e atirou para o violinista. Esse, foi correndo a um antiquário vender o sapatinho. O antiquário reconheceu a peça e o denunciou ao povo. Reunido o povo para condená-lo como ladrão, o músico pediu que o deixassem tocar violino diante da multidão. Entraram todos na Igreja e, ao cabo de algumas notas, a imagem da Madona, novamente tirou o outro sapato e jogou-o ao pobre homem.
Os templos e os Deuses estarão sempre ao nosso lado. Temos que passar a vida aprendendo a invocá-los.
Faraó sem máscara
Tanto ouro...
Tanto ouro não faz um homem
A Sinfonia do embalsamamento
Os ritos dos sacerdotes
te transformaram num
Espectro de Ouro
Seria para a Imagem Imortal do Egito?
As Flores de Lótus
que fecham ao serem retiradas das águas,
foram colocadas sobre
tua armadura de ouro
o mes de tua morte
ficou eternisado no buquê de flores do campo
que Anksenamon colocou sore teu peito
as flores só florescem "naquele mês"
E uma tampa de ouro
tão pesada que oito homens não conseguiram
neste século soerguer
fechou teu esquife para sempre
Não me deixaram
chegar perto de teu corpo
Eu só queria colocar meus dedos
sobre tua mão seca e endurecida
e que a maciez dos botões de Lótus
deram vida para minha eterna recordação
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