Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
CAMINHANDO PELO EGITO
LIVRE DES MORTS
DES ANCIENS EGYPTIENS
Grégoire Kolpaktchy
Bem Aventurados os que, no Lado de Lá,
Contemplando em paz seus restos mortais,
Este dia abençoado onde Osiris, "Deus-do-Coração-Retido",
Desce planando sobre seu despojo!
Na verdade, eu sou aquele
Que caminha para a plena Luz do Dia!
Na presença de Osiris eu me torno o Mestre da vida.
Meu Ser é e sempre inalteravel e eterno;
Eis que abraço o Sicomoro sagrado;
Ele, de volta, me abre seus graciosos braços...
Chegando diante do Olho de Horus, eu tomo dominio.
(Que ele reine em paz sobre os Mundos !)
Eu contemplo Ra se pondo;
Assim que ele aparecer na Aurora,
Eu me unirei ao seu Sopro vivificador...
Puras são minhas mãos, quando eu o adoro.
Possam todas as partes do meu Ser
Guardarem por completo sua coesão.
Que elas não sejam dispersas!
Eis que vôo como um pássaro
E que desço planando sobre a Terra...
Segundo caminho, devo seguir
o traçado dos meus atos anterioes,
Pois eu sou um Filho de Ontem (designando o seu Karma)
As duas divindades Akeru presidem o meu regresso à Vida
Que a poderosa Terra me proteja, no momento do perigo,
Com seu proprio Vigor!
Que o deus poderoso que caminha atrás de mim,
Enquanto me dirijo ao Lado-de-Lá,
Me tenha em sua boa guarda!
De maneira que minha Carne seja cada vez mais forte e sadia,
Que meu Espirito santificado guarde sempre sobre meus membros,
Que minha Alma os cubra e os proteja com suas asas,
E que ela lhe fale docemente, com amizade...
Possam as Hierarquias divinas escutarem minhas palavras!
Possam elas ouvirem minhas palavras!
Se o defunto conhece este capítulo, ele poderá após a morte sair para plena Luz do Dia; ele não encontrará obstáculos nas portas do Mundo Inferior seja em lhes penetrando, seja em lhes quitando. Ele poderá passar a vontade por todas as Metamorfoses. Ele não morrerá (segunda morte). Sua alma irá longe. Por outra, se ele conhece este capitulo, ele será vitorioso tão bem na Terra como no Lado-de-Lá e ele poderá cumprir todo ato que seja capaz um ser humano vivente sobre a Terra. Em verdade, isto é um grande dom dos deuses.
Este capitulo foi encontrado durante o reinado do rei Men-Kau-ra (2.700 a.c. J.C.) na cidade de Khemenu, aos pés de uma estátua do deus Thoth. Ele foi gravado em um bloco de ferro e a inscrição incrustada com o verdadeiro lápis-lazuli. O achado foi feito pelo príncipe real Herutataf durante sua viagem de inspeção dos templos. Um certo Nekht, que o acompanhava, conseguiu decifrar o sentido oculto. Em seguida, o príncipe, dando-se conta do grande mistério contido na inscrição, que nenhum olho humano jamais havia contemplado antes, mostrou-a ao rei.
Aquele que recita este capítulo deverá ser ritualmente puro. Ele não deverá comer carne dos animais do campo, nem de peixe, nem ter sexo com mulheres.
Fazer um escaravelho de pedra tendo uma borda de ouro e o colocar no interior do coração do defunto; este amuleto fará por ele como a cerimônia "da abertura da boca".
O untar com a pomada Anti pronunciando a fórmula mágica.
O Vir-A-Ser está oposto à imutável Eternidade (o plano mental), região muito longínqua, para o antigo egípcio, de uma experiência vivida, imediata: ele sentirá mais tarde, ele a recordará, ele a verá como um paraiso perdido. Para perceber o sentido disto, ele precisa comparar a atitude do antigo Hindu tratando o Absoluto e a Eternidade de igual para igual, os olhando friamente nos seus olhos, com o sentido do Egípcio, pleno de saudades nostálgicas, lembranças românticas, idealismo desenfreado...
...as tentativas de síntese entre Platão e Aristóteles e, finalmente, o retorno ao Absoluto em Plotin, que trouxe de seu Egito natal o ensinamento dos santáarios iniciáticos...
OS CORAÇÕES DO EGITO: O HATI E O IB
Recebí, certa manhã, a seguinte intuição:
- O preparo da múmia no Antigo Egito, era uma coisa muito elaborada. Sete faixas com objetos sagrados, enroladas cada uma com oficio religioso do Sacerdote. Depois, a múmia era erguida para a cerimônia "Da abertura da Boca" — e me ensinaram que, nessa cerimônia, prevaleceriam as reminicências das encarnações passadas.
O preparo da múmia era um objeto de Morte - "óbvio ululante"... Porém, o que recebi como intuição, foi o seguinte:
- A múmia era um elo de relação entre a Vida e a Morte. Quando desencarnamos, no outro plano, nos lembramos do que fizemos aqui e aos poucos, vamos recordando outras vidas e também a missão que tínhamos recebido para a Terra, antes de reencarnarmos.
A múmia seria o elo de ligação do nosso corpo aqui com a vida nos outros mundos.
Os trabalhos feitos pelos sacerdotes preparariam a alma para viver aqui como SE ESTIVESSE NO PLANO ASTRAL, como uma
alma evoluída, sensível às manifestações do Espirito, e não como simplesmente um animal... Se bem que os animais também eram
mumificados...
-
Se tivéssemos vivido em outras terras, não seria impossível uma passagensinha no Egito... e quem diria, trazido de ancestrais, que
nos templos iniciaticos de Grécia e Roma e outras seitas mágicas, talvez fizessem o mesmo trabalho com a alma do que desencarnara.
-
Atlântica, Lemuria, Mu e outras civilizações poderiam ter tido esse ritual de outros planetas...
O importante é o Espirito vendo com os olhos do Espírito, fazendo palpitar em seu peito o Coração do Espírito, o Hati: coração subconsciente, enquanto Ib, o coração evolutivo comanda a Vida Animal do homem reencarnado — este seria o papel da Múmia: a eternidade para posteriores reencarnações do homem.
E caso a múmia fosse destruída?
Toda Magia faz o seu Duplo: o duplo da múmia garantiria essa ação no Espaço.
NA VASTIDÃO DA AREIA
As Pirâmides
quebram a extensão
do Deserto;
sob as Estrelas,
elas desafiam a
Maçonaria
As tâmaras
como colméias perfumadas
adornam com seu cheiro
de melado
as margens do Nilo
Não existe
tristeza
no Deserto sem fim
As três estrelas
no cinturão de Orion
se contemplam petrificadas
nas Pirâmides
O Deserto
não é triste
porque a Alma
do Egito
tem tanto da sensualidade romantica
quanto da Interpretação do Espírito.
A EGÍPCIA NUA
A mulher egípcia caminhava nua no Deserto de areia, sem a contemplação da Natureza.
A Lua, também despida, deixava sua luz diáfana se espalhar sobre o deserto.
A mulher nua estava triste: seu corpo não tinha jóias nem perfume... Seu cabelo negro, entrançado em finas tranças, ela o abrira sobre os ombros como asa negra do Abutre, o símbolo da Deusa Mãe, do Antigo Egito.
A mulher nua estava triste: o corpo nu de seu marido jazia gelado na cama de ouro, sendo preparado para a morte eterna.
Eternamente, a mulher nua vagaria no Deserto do Egito, fazendo parte, nua, da morte de seu marido que a envolveria como os ligamentos da múmia, untados com o óleo de sua vagina, colhido dos espasmos da invasão do corpo do faraó em sua alma, que era mais uma constelação de estrelas no Céu sobre o Rio Nilo.
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