Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
REFLEXÕES ÀS PORTAS DE 2011
NOSSOS VOTOS
Agora, às portas do ano 2011, fazemos "Votos de Feliz Ano Novo".
"Um ano" é uma parte minima da nossa existência; é um passeio... com desejos de vistas novas, mas sempre, com o
nosso Carma, fazendo o roteiro que nos está predestinado.
Inesperadamente, vem a velhice... e o passeio começa a se modificar...
Se tivermos conhecimento do que foi nossa última encarnação, examinamos os detalhes do que é nossa vida de agora, comparamos com a outra que foi vivida, e começamos a pensar que, de acordo com as experiências que tivemos na atual existência, a prestação de contas no Espaço do que fizemos, do que acabamos de vivenciar, deverá ter uma "Construção de Existência" intercalada na cadeia de acontecimentos que se sucedeu; e é aí que está nossa Honestidade Espiritual e também no designo "se fomos mais inteligentes, se evoluimos mais"...
A Evolução, é Liberdade.
Libertos, mais livres, claro que não totalmente, pois isso é a "Iluminação", mas mais Evoluídos, com maior amplitude de visão, temos mais discernimento Espiritual sobre a regência dos acontecimentos e mais felicidade — autorizados a poder dispor um pouco mais de nossas vidas.
EM PEREGRINAÇÃO
Minha Alma passeia
pelos Templos do Passado
Todo o Passado
é um permanente e grande Templo
onde me refaço... me recomponho...
... onde sou...
Os Irmãos do Passado
não me receberam mais
— nem entre eles,
nem em salas míticas.
Por isso vagueio às noites,
"Alma Penada",
pelas Criptas, pelas salas de pedra
nas ruínas dos castelos...
Nas muretas, ao Luar,
sou companheira das corujas, dos morcegos,
que batem suas asas escuras,
enquanto eu, que não tenho asas,
trafego pelo Espaço
meu corpo amortalhado,
sempre pela Morte,
o único Templo aberto para mim.
MEDITANDO
O lodo, fica no fundo; é o que resta na Terra.
Às vezes, sinto-me como um caranguejo: no lodo.
Quando Hércules lutava com as cabeças da Hidra de Lerna, um caranguejo, enviado por uma deusa do Olimpo, ferrava-lhe o calcanhar.
Porém, esse crustáceo de longas pinças foi promovido na Constelação de Cancer, dos meses de junho a julho.
Hércules apelou para que Yolau, seu ajudante, fosse queimando com uma tocha as cabeças esmagadas da Hidra, a fim de que não voltassem a renascer.
O Céu é magnificamente estrelado; mas tem um tapete de lodo por baixo da cúpula do firmamento.
A Humildade pode ser uma maneira curta de ser pegado no lodo e ser levado às estrelas, de um crustáceo a um Regente de Constelação; porém, mesmo assim, ainda se sente no Firmamento o cheiro de queimado das cabeças da Hidra de Lerna, a qual, um lutador dos deuses, conseguiu vencer.
AGUARDANDO
Saudades do Espaço Tempo: porque o Espaço Tempo é uma ilusória satisfação de que, em algum ponto de nossa alma, há Luz que nos transforma e nos recria, e nos refaz — é uma "Ilusão", porque não temos noção de Deus e, no entanto, sentimos que a Divindade está "momentaneamente" em nós.
Mesmo perdendo noção dos Quatro Pontos Cardeais, não perdemos a noção de Nós Mesmos, porque na verdade, somos donos de Nós, e se disso tivessémos a noção cada vez mais abrangente, teríamos noção do Cosmos.
Basta "nos reconhecermos" e termos consciência de que as várias etapas espirituais se transformarão em nosso Espirito. Daí em diante é sempre a ansiedade para nova transmutação, que será sem "avaliação", "sem exame", pois tudo será transmutado: nosso raciocinio, nossa crítica...
É melhor esperarmos, como nas praças diante das Mesquitas, pelo canto da chamada da próxima Prece, que virá com a resposta à conquista interminavel do Espírito.
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