Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
CORPO E ALMA
ENCARNAÇÃO
O meu Espírito, a minha Alma mantêm um corpo que um dia morrerá, mas a minha Alma deverá subsistir, porque é a Alma e o Espírito que mantêm a carne viva (não é o contrário, pois a carne é uma coisa que envelhece e se decompõe), para responder pelo Ato da Criação.
A Humanidade se renova em artistas maravilhosos: compositores de piano, pintores, escultores, arquitetos, cientistas... e tudo isso, procedeu de "onde"? E depois, se aniquila sem explicação?
Não estou me referindo a Deus, mas sim aos Humanos. A disposição das Galáxias no Céu, a existência do Sol sustentando a Vida dos Planetas, tudo isso depende da Alma que mantém o corpo carnal.
A Ciência da Vida depende do Aperfeiçoamento das Almas Encarnadas em corpos de carne.
A Alma depende da Carne, Animal e Humana, para se aperfeiçoar.
E quando foi o início disso tudo? O Espírito e a Alma trazem em si o início disso tudo, porque não existe começo nem fim. Quem inventou o "Começo e o Fim" foi o raciocínio do Homem — e o raciocínio na carne é limitado.
Sem a Carne, a Alma vislumbra várias Etapas de Transformação, mas só pode dar à Humanidade ideias que a Humanidade, dependente da carne, possa compreender.
Por quê eu mantive a memória de minha última encarnação, passada no Sul da Índia? Um Mestre Hindu também se recorda de sua ultima encarnação até "em melhor estado" que eu, pois um Mestre é uma pessoa aperfeiçoada. Porém precisavam de mim, uma criatura simples, com terrível sofrimento, já que fui "apedrejada" por todos, começando pela minha propria família.
Amando sexualmente um homem, eu sentia a impossibilidade do entrosamento através de uma plena compreensão, que jamais poderia se realizar, pois "ele" não fazia parte da "outra vida", e assim não podia ajudar a completar a minha lembrança com a lembrança dele... Aí sim, haveria entrosamento e compreensão total... mas, se "isso" nunca houve comigo, também, não tenho noticias de que tenha havido com outras pessoas...
O meu namorado da última encarnação não reencarnou — num acesso de ciumes, "ele" liquidou com minha vida..., segundo os Espíritos em Seção Espírita (várias Seções, e em muitos outros contatos Espíritas). Nunca houve contradição quanto a isto... inclusive quando "Ele" fala comigo... E por quê "Ele" não veio comigo "para resgatar o Carma"? Numa missão dificilima, ele do Espaço assiste ao sofrimento do resgate de minha Alma, através dos meus amores e decepções com os namorados que me apareciam. "Ele" no Espaço, eu na Carne, dois confrontos sérios, que nada tinham um com outro, muito menos "similitude"... e, no entanto, esse Carma simultâneo tinha que ser realizado.
No Aprendizado da Alma não existe Começo nem Fim: portanto, assim como meu namorado da Encarnação passada não se confrontava comigo na Humanização, o mesmo posso dizer da ideia que muitos fazem de Deus: como começou a Criação, como apareceu Deus, Deus existe? AutoCriou-se? Quando? Uma pessoa encarnada na Humanidade que ideia pode ter do Espírito? No entanto, o Espírito se confronta com a matéria. Aí está o grande lance:"Qual é o verdadeiro lugar de um e de outro?". E como viver no confronto, entre os dois?
As mais variadas formas de Carma são o aperfeiçoamento da Divindade no Ser Humano.
AS "JANELAS" DA ALMA
Tudo que é sensato e de acordo com o homem é perfeito para ele, o homem, o ser.
À medida que o homem evolui, mesmo que ainda não veja a Verdade que vai ser readaptada nele, aos poucos esta Verdade específica para ele se ajusta nele.
A Natureza cria "habitats" selvagens para cada espécie. O que os nossos olhos vêem e trazem para dentro de nossa Alma são adaptações que nossa Alma necessita... por enquanto, pois a Vida é uma grande viagem para o humano. Os olhos que identificam o mundo visível é como se fossem uma janela do corpo, que tem outras formas de identificação, pois aqueles que estão sem visão recebem a Existência pela forma que lhes é possivel.
A Natureza amolda as cores dos pássaros ao seu canto ou ao seu grito.
As cigarras fazem sua orquestra de zumbidos, quando chegam as tardes de verão.
E a Alma, a Grande Natureza Humana, adapta a Vida para o Espírito.
CAMINHOS
Não digas: "Encontrei o caminho da alma." Dizei de preferência: "Encontrei a alma andando em meu caminho." Porque a alma anda por todos os caminhos.
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Quando a Alma anda em meu caminho, ela pisa num chão descuidado — e isso perturba sua passagem.
Se eu pensar em aplainar e cuidar o terreno para a passagem da Alma, vou me defrontar em deixar o que é melhor no caminho ou em colocar o que é melhor, para torná-lo agradavel. E com isto o caminho é alternadamente mudado, transferido, extirpado.
A Alma anda por todos os caminhos, e nossa principal tarefa, como anjos jardineiros, é zelar por esses caminhos: dar à Alma o nosso esforço supremo, nossa entrega ao Combustível Divino, para que a Alma seja um Deva, conduzindo-nos ao Melhor Desconhecido para nós — porque a Alma sabe que nosso raciocinio está em constante mutação.
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