Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
VERDADES ESPIRITUAIS
O VERDADEIRO COMEÇO DO UNIVERSO
Antes era o Nada...
Não, nunca houve o Nada... Só que, na Imensidão Que Não Houve, pois o Todo é menor do que o toque da ponta de uma agulha, o segredo do Despontar da Criação foi um Beijo.
O Beijo tem a sensualidade do Infinito, porque de onde não se imagina é que surge a fonte de toda Doçura — e lembremos que foi a a Natureza que cobriu a Terra de mel.
Se ao fundo do Universo existe a Doçura é porque Deus deseja que ela prevaleça. É nas maiores amarguras que temos a certeza de de que o Beijo de Deus está em nós, beijando nossos erros causados pela ignorância.
Tudo, toda ação, toda busca, toda tendência existe para que provemos o Beijo de Deus e, conforme nossa "Sensualidade", para que O seduzamos com o melhor de nós!
Cada ação tem duas pontas: uma amarga, outra bemfazeja, e é nosso encontro com a Verdade que revelará a nossa Verdadeira Tendência.
VERDADE
VERDADE: Ser encantado, mitológico, que lança seu grito ao Universo, Oceano da Existência, condenado à solidão dos elementais, pelos humanos que ainda não descobriram a regência do Espirito.
Grande viagem na barca misteriosa que pode nos levar através das ondas dos mundos do Universo, varando a Parede que nos isola do Espírito.
VERDADE: O canto que confunde e domina o viajante despreparado para o porto do Espírito traz a ressonância do encanto e do romance para os sons da harpa da sensualidade — esteio e mastro onde flutua a bandeira da Vida, em direção ao Mistério que decreta o Destino do Dharma, acompanhando as Almas até a Pergunta Infinita da Perfeição.
O ÂMAGO DA ALMA
Nossa verdadeira Alma é resultado de procedências do Planeta Terra.
O passado em nossa Alma tem aspectos que desejariamos aniquilar, pois sua lembrança nos traz tristeza; porém, como "as procedências" pertencem ao passado, presente e futuro, temos que nos defrontar com a reação que persiste no âmago da Alma.
O Espírito zela pelo verdadeiro âmago da Alma. Ele é o Responsável pela Alma.
É o Espirito que irá desfazer a Materialidade da Alma. Mais Espiritualidade do que vivência anímica torna o humano tranquilo.
O Espirito é também responáavel pela Iluminação do humano — se a respiração acompanhar a Espiritualidade, o humano ficará mais leve, mais sutil.
Que o compasso do ritmo do coração acompanhe o latejar divino da Espiritualidade. Assim, a Harmonia do Céu se intercalará com o ritmo da Vida na Terra.
NOSSOS MILHARES DE OLHOS INTERNOS
No Apocalipse de São João, escrito por ele na Ilha grega de Patmos, há uma referência interessante, digna de ser estudada: os corpos têm olhos por dentro, e são muitos olhos.
Ora, os nossos olhos que estão em nossos rostos e olham as coisas externas — quando sãos, naturalmente —, constatam as coisas externas; e, os olhos que cobrem os corpos internamente o que vêem? O que vemos quando olhamos para dentro de nós mesmos, não com dois os olhos do rosto, mas com os milhares de olhos internos?
A Razão de Viver não nos é revelada pelos olhos externos. Ver, é constatar. O que é constatado pela Visão Interna não está sujeito à dependência da Natureza, do Mundo. É a constatação feita de algo a que não temos acesso, assim como também não nos é acessível a compreensão que depende "desse algo".
O Olhar Interno interdepende de nosso Ser Material. É possível que a constatação do Olhar Interno perceba a Razão de Ser tanto Espiritual como Material, pois o Material depende dele próprio, mas interdepende do Espiritual. Através dos Olhos Internos, o xis da revelação está disponível ao humano, como tudo aliás, pois Criação e Realização são a mesma coisa, e sendo o humano o herdeiro direto da obra do Criador tem ele todo o Direito Correto à herança de Deus.