Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora
lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atualCOLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
ITÁLIA, CHINA, EGITO E ÍNDIA
DUAS VERONA
Existe a Verona histórica e a Verona que eu vivi.
Verona está no norte da Itália, já foi aliada em lutas antigas à Veneza, contribuiu para a extinção dos cátaros, em um palácio às margens do lago de Garda, onde suas masmorras hoje, nem sempre estão abertas à visitação.
Sua Arena, um Coliseu menor, queimou 250 cátaros, de uma só vez. E foi palco do drama dos namorados: Julieta e Romeo — como são conhecidos lá, e não como no resto do mundo: Romeo e Julieta.
A minha guia que ajudou a descobrir o meu templo na Índia, no Sul da Índia, bem mais moça que eu, linda veronesa, está morta. As pessoas não compreenderam que as cortinas do palco ainda não se fecharam. Ela me falava de ter morrido em vida passada, queimada na fogueira, condenada como bruxa. Mas, nunca mencionou os templos na Grécia e em Roma, onde, juntas, trabalhamos pelos deuses desses dois países. Seguimos juntas, lado a lado pela estrada de agora, armada pelo Destino das encarnações, até meu templo na Índia — os deuses hindus tinham que abrir novos caminhos para o desempenho de nossas almas. Leslie não teve muita sorte com seus namorados; foi casada e divorciada e não teve filhos. O homem para ela, como para tantas outras mulheres, foi um complemento, mas um complemento frustrado.
Verona tem a beleza e a tristeza da cidade medieval. Suas largas praças, o palácio Vechio, onde esteve preso uma vez, Dante, o autor da Divina Comédia, é um palco armado para a constante representação da vida, onde ao fim, se ouve: — A tragédia acabou! Às vezes, não. As casas de Romeo e Julieta, tanto as da cidade como as de fora da cidade, pequenas chácaras, são objetos guardados para as constantes tragédias da existência.
Verona me ensinou que a Saudade chega ao palco, anuncia ao público a abertura do teatro, e ao fim volta, se inclina e agradece as palmas.
REALEZA DA CHINA
Os Elementais
criaram um coração de veludo
amarelo e rosa,
perfumado,
pequeno, pois cabe na concha da
mão de uma criança de dois anos.
O coração tem uma pelagem de seda,
e seu sangue é como o sumo da rosa.
Quando o coração está tenro
e maduro,
ele é acondicionado em seu tesouro
por flores rosas,
de pétalas tão finas como asas de borboletas,
e então o Pessegueiro é o Cetro
da Realeza da China
O SENHOR DO PLANETA TERRA
A Yoga realmente faz milagre com o corpo humano.
No Livro de Yogananda, havia em certa cidade da Índia, um yogui preso; ele teimava em andar nu; mas, ele com seus poderes de yogui, saía através da porta de ferro da cela, e aparecia no telhado: ele era gordo, barrigudo, mas dominava toda parte material. O yogui adquire certo domínio sobre o corpo.
Comigo, porém, deu-se o seguinte:
Aprendi que na Vida, dominar o corpo, não enxuga as lágrimas.
Os Egípcios, nos davam duas Almas - ou, uma Alma e um Espírito.
Ka, o Duplo, do corpo Encarnado.
Ba, o Espirito.
Ba, naturalmente, controla o Ka, mas, o Ka reencarna com o que aprendeu em encarnações passadas.
Tenho vários casos de aparições do meu Ka em diversos lugares e controle sobre a matéria, como este caso:
Na casa da Família Dias Martins, casa imensa, na Lagoa Rodrigo de Freitas (hoje, não existe mais, é um Edifício), ia haver uma festa. Eu, amiga de Beatriz de Mendonça Dias Martins, apareci lá pela tarde na casa sem saber da festa... Marina, irmã casada de Beatriz, com uma filinha de meses, chamada Leticia, quando me viu, pediu:
— Clarisse! Por favor, dê a mamadeira para Leticia, para eu ajudar mamãe! Mas, você vai inclinando a mamadeira, a medida que ela for mamando, para não deixar espaço que possa acumular ar!
Fiz o melhor que pude, pois Leticia mamou muito depressa e fui para casa, na Rua Visconde de Pirajá, 206, muito preocupada se tinha deixado entrar ar, mas, não falei da minha preocupação com ninguém!
No dia seguinte, minha mãe, pela manhã, me falou o seguinte:
— Clarisse, aconteceu uma coisa muito estranha esta noite! Acordei com a voz de uma criança me chamando:
— Ruth, Ruth, diz para a Clarisse não ficar preocupada com a mamadeira que ela me deu!
Esse caso assinala que em outras eras, fui instruída em dominar muitos estados da matéria — e acredito que no Egito.
O Egito nos mantém e nos instrui através do Ba, o Espírito.
O Hinduísmo é emocional, instrui sobre o Amor, no culto à Krishna.
Foi o Egito o responsável por minha encarnação na Índia, mantendo em mim a saudade por uma vida mais feliz da que tenho agora.
O Amor no Egito é MR, que também é o nome da Pirâmide, mas é um Amor Frio, sem emoção e com muita Verdade...
As antigas sacerdotisas, sabedoras das entradas dos mundos invisíveis que penetram a matéria, podem reencarnar em muitas feições, mas o seu núcleo de controle continua Um Só, e ele pode acionar a Yoga e tudo o mais, porque o Egito é o verdadeiro Senhor do Planeta Terra.
ANSEIO DE SE COMPLETAR
Os hindus têm por costume se isolarem em montanhas, para "se compreenderem" .
A Alma é um vínculo entre o Espírito e o corpo, isto é, entre o Espirito e o Raciocínio.
O Raciocínio é material, é um "depósito" dos Combates da Alma. Espiritualizar a Alma é aniquilar a animalidade no humano.
Em vésperas de sua Crucificação, Jesus se refugiou várias vezes a fim de "se encontrar" para o Grande Sacrifício.
O Universo é Um Só. Não há Divisão como Vida e Morte.
O Espirito está além do momento em que o "ser" nasce e o momento em que exala "o último suspiro" — e não digo "o humano", digo "o ser", a Vida em um corpo animal que está para um dia se unificar com a "Autoria da Criação".
O "Alento Divino" é um Suspiro, que é o Espírito Santo.
A Solidão é o combate "consigo mesmo", no momento em que o Espírito "se sente beijado". O humano não sente mais Solidão, inclusive até anseia por "mais solidão", pois ele pressente o "apoio" da Divindade... e isso é "Uma Paixão" ansiosa por se completar...
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